As Janelas de PVC possuem um ciclo de fabricação muito semelhante em todas as fábricas, garantindo assim a existência de todos os componentes indispensáveis para o bom funcionamento da janela, como por exemplo a estanqueidade e as travas de segurança.
Estoque de perfis
A fabricação de janelas de PVC parte sempre de um estoque com todos os perfis necessários a este processo, porém não é simplesmente amontoar perfis em um canto e quando precisar fabricar uma janela, existem alguns detalhes importantes. A primeira questão é que os perfis de PVC devem sempre ser armazenados na horizontal e com base de sustentação, isto é, com apoio que impeça a formação de ondulações. O perfil de PVC, por se tratar de um polímero é moldável e caso ele fique por certo tempo em uma posição que permita flambar (embarrigar), caso se forme ondulações é possível corrigir basta deixar o perfil na horizontal por tempo suficiente para retomar a forma original. Os perfis também devem ficar em lugar seco e arejado, protegidos do sol evitando assim desprendimento de tinta de sua embalagem ou adesivo de proteção.
Medição de obra e emissão da ordem de produção
A grande maioria das fábricas de janelas de PVC trabalha com softwares de produção e projeto, existem diversos no mercado, mas o importante é que eles sejam confiáveis e possam gerar a ordem de produção e aproveitamento do material. Após um dos responsáveis pela produção das janelas conferir no local da instalação as medidas finais do vão é possível gerar a ordem de produção, ela contém todos os produtos que irão ser utilizados, perfis, borrachas, ferragens, acessórios, persianas, motores e vidros. Também é possível através de manuais fazer o cálculo para definição da ordem de produção, mas isso não é usual.
Cortes de perfis principais
Os perfis de PVC são cortados em ângulo, com 45° de cada lado, devido a maior resistência obtida com a solda (termo-fusão) neste formato. É possível realizar soldas em diversos ângulos, o que permite a confecção de modelos especiais que acompanham por exemplo as fachadas de casas coloniais. Todo perfil cortado deve ser etiquetado ou marcado a fim de ser localizado facilmente nas etapas seguintes de produção. Nesta etapa são utilizadas serras com uma ou duas cabeças, cabeças nesse caso são a quantidade de discos de serra que podem trabalhar (cortar) simultaneamente, sendo assim o tempo empregado para realizar a tarefa está vinculado a existência de um ou outro equipamento.
Os perfis de reforço interno (alma de aço), são cortado em uma segunda serra, neste caso o corte ocorre em 90°, pois ele não é soldado, e sim parafusado ao perfil de PVC, o reforço metálico é de suma importância para a Janela de PVC, sendo responsável pelo seu desempenho mecânico e é utilizado para a fixação na alvenaria, tendo em vista que este tipo de Janela dispensa a necessidade de contramarco para fixação.
Travessas decorativas (também chamados de postes ou divisores), devem ser cortados em uma máquina especifica, que trabalha com fresas (moldes cortantes) que dão o formato do encaixe perfeito no perfil, essa máquina é conhecida como entestadeira. As travessas podem ser fixadas em marcos, quando utilizados para janelas do tipo Fixo, ou nas folhas das mais diversas tipologias. Este perfil tem um formato simétrico de T (tê) e recebe vidro dos dois lados fazendo assim a função decorativa ou em alguns casos a diminuição do vão envidraçado por segurança.
Fixação dos reforços de aço
Os reforços de aço são introduzidos nos perfis de PVC nessa etapa, eles devem entrar suave e deslizar pela câmara desenhada para eles. Existem casos em que um mesmo perfil de PVC tem mais de uma possibilidade de reforço, pois dependo do tamanho da janela é necessária mais resistência e assim formatações mais robustas. Após serem introduzido e centralizados ocorre a fixação por parafusos, ela pode ser feita de modo manual, com uma parafusadeira elétrica ou pneumática ou através de uma máquina que parafusa automaticamente o perfil. Neste caso não temos apenas a diferença de tempo no processo, mas a facilidade do trabalho, tendo em vista que feitos os devidos ajustes a máquina que é alimentada automaticamente proporciona uma constância em distância e perfuração, que reflete no produto acabado, aos olhos de um especialista em janelas.
Usinagens e Desagues
Parece um nome muito estranho, imaginar que uma fábrica de janelas deve se preocupar com uma etapa realizada numa máquina chamada desaguadeira, mas não se assuste não se trata de uma centrifuga ou algo parecido, na verdade é uma etapa que vai abri os canais necessários para que em uso, a janela de PVC, libere para o exterior a água da chuva que atingir sua face externa. Esta etapa deve ser realizada com extrema exatidão pois só se deve atingir (furar) paredes de PVC que não tem contato com o reforço metálico, também é recomendado um formato retangular com as bordas arredondado, que evitam tensão superficial (forças que coesão que impedem a saída dá agua) e/ou vórtices, muito comuns em desagues furados com brocas circulares simples. As usinagens para colocação de roldanas, cremonas, e maçanetas também devem ser feitas nesta etapa, é comum a utilização de gabaritos fornecidos pelos vendedores destes acessórios para facilitar o trabalho e evitar erros. Por fim, os perfis são furados para a fixação no vão, se usa em geral uma furadeira de bancada em baixa rotação, que perfura os perfis que estarão em contato direto com as paredes.
Solda ou termo-fusão
Esta é a etapa que realmente é diferencial na fabricação de janelas de PVC, é chamado de solda o derretimento parcial dos cantos do perfil de PVC por um período de tempo e sua união e resfriamento, formando uma peça única, neste ponto os perfis deixam de ser perfis e começam a se transformar em quadros de janelas. Este processo é quase que exclusivo mecanizado, pois existem diversos fatores que precisam ser controlados para garantir a qualidade. Entre estes fatores os mais importantes são o tempo e a temperatura, vamos começar pela temperatura, ela não pode ser baixa a ponto de não derreter o PVC (que diminui a resistência mecânica) nem alta ao ponto de queimá-lo (manchas amarelas pontuais próximas a solda). Quanto ao tempo ele interfere quase que da mesma forma, tempo insuficiente não permite o derretimento e diminui a resistência do quadro pronto, e muito tempo pode causar um derretimento maior que o esperado e consequentemente vai deixar a janela com dimensões diferentes, em outras palavras torta. Esses parâmetros de tempo e temperatura são testados exaustivamente até se encontrar o ponto exato, e também é necessário realizar aferições a cada período de tempo principalmente em fábricas que sofrem influência de temperatura no verão e inverno.
Como nas serras as máquinas de solda também são classificadas pelo número de cabeças, no caso uma, duas ou quatro, e ainda existem máquinas de quatro cabeças capazes de soldar duas janelas ao mesmo tempo uma sobre a outra. Levando em consideração que esta é uma tarefa que necessita de um tempo determinado por canto, a quantidade de cabeças da máquina de solda é o gargalo produtivo das fábricas, ela limita a produtividade, essa produtividade é normalmente classifica em Unidade de Janela – UJ, e se entende por uma janela com uma folha isso é com 8 soldas. Temos então fábricas pequenas que conseguem produzir 15 Unidades de Janelas por dia até fábricas que chegam a 1000 Unidades de Janela em países onde o consumo do produto já é consolidado. Para completar são necessárias as contra-formas que nada mais são que o negativo do perfil a ser soldado, ele se encaixa a máquina e ao perfil dando sustentação e firmeza para o momento da “pega”.
Limpeza da Solda
Após a solda a limpeza é passo seguinte, ela consiste na retirada das rebarbas criadas pela união dos perfis derretidos, ela pode ser feita de forma manual com formão de aparelhos de corte, com máquinas semiautomáticas que necessitam de apoio de um operador ou até mesmo por sistemas CNC que identificam o trabalho e o realizam sem nenhum esforço. Esta etapa apresar de parecer responsável apenas por deixar uma estética de bom acabamento na janela, também é responsável pela criação de estabilidade no encontro soldados, pois ao momento que este se nivela encerra com possíveis desníveis que força a quebra da solda. Ao contrário do que se pensa a solda após a limpeza é mais resistente que antes dela.
Colocação de borrachas, ferragens e escovas
A próxima estação de trabalho é responsável pelas montagens finais, então a janela recebe borrachas de vedação, principalmente nas peças de giro e escovas nas de correr, também são instaladas as roldanas, cremonas, e fechos, lembrando que como a usinagem já foi realizada no início do processo agora é só encaixar e fixar. A fixação da maior parte das ferragens ocorre diretamente no perfil de aço interno, pois ele não sofre deformação com o movimento, e possui desempenho mecânico suficiente para proporcionar a segurança tanto de uso quanto de arrombamento. A cor das borrachas utilizadas é sempre questionada, principalmente quando são pretas, mas já são disponíveis no mercado borrachas cinzas e até guarnições em silicone com diversas cores e desempenho atestado por ensaios, e este é o principal ponto aqui, independentemente da cor a guarnição de vedação (borracha ou outra) deve ser ensaiada/testada para que não se despedace com o tempo. Afinal uma coisa é montar um quadro de janela com borrachas sobre uma mesa de trabalho em um fábrica de janelas, agora ter que fazer manutenção frequente de janelas em vão porque as borrachas estão quebradiças e não oferecem mais vedação é um tanto incomodo.
Com relação as ferragens, a atenção deve estar na seleção do tipo de acabamento, principalmente quando a obra se localiza em zona marítima ou de grande concentração salina ou de umidade (cerração -fog frequente), pois apesar do PVC ser inerte estes componentes são metálicos e sofre a ação da maresia.
Envidraçamento
As Janelas de PVC costumas receber os vidros ainda nas fábricas, salvo exceções de portas muito grandes onde o transporte com vidro se torna por demais trabalhoso e complicado, de forma geral o envidraçamento é comporto de duas etapas os calços que são colocados entre o PVC e o vidro, evitando assim o contato e atrito deste dois elementos e a segunda é a fixação por meios de baguetes, que são os perfis que completam o quadro da janela mantendo o vidro no local correto, e devem sempre ser instalados pelo lado de dentro da casa, pois salvo exceções eles não são colados e facilmente retirados por alguém com experiência, deixando o ambiente susceptível a arrombamento. A máquina que corta os baguetes se chama bagueteira e ela funciona com duas serras na diagonal que cortam semelhante a uma moldura de quadro, desta maneira os baguetes pressionam os vidros e formam o tradicional formato de 45° seguido pela folha e o marco. Existem diferentes baguetes para diferentes espessuras de vidro e em geral caso em algum momento você queira substituir um vidro simples por um duplo, normalmente é só necessário trocar o baguete.
Embalagem
Existem várias formas de se embalar Janelas de PVC, a mais simples normalmente é a proteção dos cantos com papelão, e a mesma proteção é realizada nas lateriais que terão contato com as cordas de amarração durante o transporte. Também em alguns casos podem ser embaladas com plástico bolha ou mesmo embalagens termo-encolhíveis individuais. Porém independente da embagem de proteção a Janela que são entregues ou instaladas ao consumidor devem possuir obrigatoriamente, de acorodo com a Norma Brasileira NBR 10.821:2017, etiqueta de identificação e da classificação do desempenho.